por Leandro Sprenger

23 Apr, 2025

Impacto da isenção de Impostos de Importação sobre alimentos essenciais no comércio exterior: saiba mais

Recentemente, o governo brasileiro implementou uma medida significativa visando combater a inflação alimentar: a isenção de impostos de importação sobre uma lista de alimentos essenciais.

Essa decisão, anunciada pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, entrou em vigor em 14 de março de 2025, sem prazo definido para a retomada dos tributos. ​

Quer saber mais a respeito deste assunto envolvendo a importação de alimentos e os impostos? Então pegue o seu café e continue conosco neste texto!

Veja os seguintes tópicos:

  • Produtos abrangidos pela Isenção
  • Objetivo da medida
  • Impacto nas contas públicas
  • Reações do setor produtivo nacional
  • Repercussão no comércio exterior
  • Competitividade internacional
  • Necessidade de políticas complementares
  • Monitoramento e avaliação contínua
  • Experiências internacionais
  • Impacto no consumidor final
  • Sustentabilidade da medida
  • Comunicação e transparência

Bora lá? 😉

Impostos de Importação sobre alimentos essenciais

Produtos abrangidos pela Isenção do II

A lista de produtos que tiveram suas alíquotas de importação zeradas inclui:​

  • Carnes: Anteriormente sujeitas a uma alíquota de até 10,8%.
  • Café: Com alíquota anterior de 9%
  • Açúcar: Que possuía alíquota de até 14%
  • Milho: Com alíquota de 7,2%
  • Óleo de girassol: Antes taxado em até 9%
  • Massas alimentícias (macarrão): Com alíquota de 14,4%
  • Sardinha: Anteriormente com uma alíquota de 32%
  • Azeite: Com alíquota de 9%
  • Biscoitos: Que eram taxados em 16,2%

Objetivo da medida

O principal objetivo dessa iniciativa é reduzir os preços desses alimentos no mercado interno, aliviando a pressão inflacionária sobre os consumidores brasileiros. A inflação acumulada no ano passado foi de 4,83%, com destaque para o grupo "Alimentação e Bebidas", que registrou alta de 7,69%. Dentro desse grupo, a "alimentação no domicílio" teve um aumento de 8,23%.

Impacto nas contas públicas

Embora a medida tenha um potencial positivo para os consumidores, ela representa um desafio para as contas públicas. Estima-se que a isenção possa resultar em uma perda de arrecadação de aproximadamente R$ 1 bilhão por ano. Essa redução na receita exigirá que o governo busque alternativas para compensar essa diminuição e manter o equilíbrio fiscal.

Reações do setor produtivo nacional

A isenção das alíquotas de importação pode gerar preocupações entre os produtores nacionais. A entrada de produtos estrangeiros a preços mais competitivos pode pressionar a indústria local, especialmente se os custos de produção internos forem superiores aos dos países exportadores.

É essencial que o governo monitore o impacto dessa medida no setor produtivo nacional para evitar possíveis prejuízos à indústria brasileira.

Repercussão no comércio exterior

Do ponto de vista do comércio exterior, a decisão de zerar as alíquotas de importação desses alimentos pode ter múltiplos efeitos. Por um lado, pode aumentar o volume de importações desses produtos, diversificando as fontes de abastecimento e reduzindo a dependência de fornecedores específicos. Por outro lado, pode afetar a balança comercial, ampliando o déficit em setores específicos.​

Competitividade internacional

A medida também levanta questões sobre a competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional. Se os produtores nacionais enfrentarem dificuldades devido à concorrência com produtos importados isentos de impostos, isso pode impactar negativamente as exportações brasileiras desses mesmos produtos, afetando a posição do país no comércio global.

Necessidade de políticas complementares

Para mitigar possíveis efeitos adversos sobre a indústria nacional, é crucial que o governo implemente políticas complementares. Essas políticas podem incluir incentivos à produtividade, redução de custos de produção e investimentos em tecnologia e inovação no setor agroalimentar.​

Monitoramento e avaliação contínua

A eficácia da isenção das alíquotas de importação deve ser continuamente monitorada. É fundamental avaliar se a redução dos impostos está sendo repassada ao consumidor final e se os objetivos de controle da inflação estão sendo alcançados sem comprometer a sustentabilidade do setor produtivo nacional.​

Experiências internacionais

Outros países já adotaram medidas semelhantes em momentos de alta inflacionária. Estudar essas experiências pode fornecer insights valiosos sobre os possíveis desdobramentos dessa política no Brasil, permitindo ajustes e adaptações conforme necessário.​

Impacto no consumidor final

A expectativa é que, com a isenção dos impostos de importação, haja uma redução nos preços dos alimentos contemplados pela medida. No entanto, fatores como custos de logística, margens de lucro dos intermediários e variações cambiais podem influenciar o preço final ao consumidor.​

Desafios logísticos

O aumento das importações pode sobrecarregar a infraestrutura logística do país, como portos e estradas. É essencial que haja investimentos e planejamento adequados para garantir que os produtos importados cheguem ao mercado consumidor de forma eficiente e sem atrasos.​

Sustentabilidade da medida

Embora a isenção das alíquotas seja uma medida emergencial para conter a inflação, é importante avaliar sua sustentabilidade a longo prazo. Políticas temporárias podem ser eficazes em momentos de crise, mas soluções estruturais são necessárias para garantir a estabilidade econômica no futuro.​

Comunicação e transparência

Manter uma comunicação transparente com a sociedade sobre os objetivos, benefícios e possíveis impactos da medida é fundamental. Isso ajuda a alinhar expectativas e a construir confiança nas ações governamentais.

Portanto,  a decisão do governo de zerar as alíquotas de importação sobre alimentos essenciais representa uma estratégia para conter a inflação e reduzir os preços dos produtos no mercado interno. No entanto, a medida traz desafios para a indústria nacional, as contas públicas e a balança comercial, exigindo um monitoramento contínuo para evitar impactos negativos de longo prazo.

Além disso, a isenção tarifária pode gerar efeitos distintos entre diferentes elos da cadeia produtiva. Enquanto os importadores e distribuidores podem se beneficiar com uma maior oferta de produtos a preços mais baixos, os produtores nacionais enfrentam uma concorrência potencialmente desleal, principalmente se os custos internos de produção permanecerem elevados em comparação com os dos países exportadores.

Outro ponto relevante é o efeito cambial. Como o Brasil ainda depende de importações para suprir parte de seu consumo de alimentos, a flutuação da taxa de câmbio pode comprometer os ganhos da política de isenção tarifária. Se o real se desvalorizar frente ao dólar ou outras moedas estrangeiras, os produtos importados podem continuar caros, mesmo sem a incidência dos impostos.

Para mitigar esses riscos, o governo pode adotar medidas paralelas, como incentivos à produção interna, linhas de crédito para o setor agropecuário e investimentos em infraestrutura logística para reduzir os custos operacionais das empresas nacionais. Sem esse suporte, os impactos negativos da isenção podem superar os benefícios de curto prazo.

Outro aspecto a ser considerado é o impacto no mercado de trabalho. Se a concorrência dos produtos importados levar a uma redução na produção nacional de certos alimentos, pode haver fechamento de postos de trabalho em segmentos afetados. Isso exigiria medidas compensatórias, como programas de requalificação profissional e apoio à diversificação da produção agrícola e industrial.

A questão fiscal também não pode ser ignorada. A renúncia de receitas tributárias pode pressionar ainda mais o orçamento público, tornando necessário um planejamento financeiro rigoroso para evitar desequilíbrios nas contas do governo. Isso pode levar a cortes em outras áreas ou à necessidade de compensação por meio de novos tributos em outros setores.

Do ponto de vista do consumidor, a medida pode trazer alívio imediato nos preços dos alimentos, mas os efeitos práticos dependerão do comportamento do mercado. Caso os intermediários da cadeia de distribuição não repassem integralmente a redução de custos para os consumidores finais, o impacto positivo pode ser menor do que o esperado.

A experiência de outros países que adotaram medidas semelhantes pode servir de parâmetro para o Brasil. Em diversos mercados, políticas de isenção tarifária temporária foram combinadas com incentivos à produção nacional, garantindo um equilíbrio entre oferta interna e importada, sem comprometer a indústria local.

Além disso, o acompanhamento contínuo do impacto da isenção tarifária será essencial para avaliar sua eficácia e corrigir eventuais distorções. Relatórios periódicos sobre a variação de preços dos produtos contemplados, o volume de importações e a resposta do setor produtivo nacional poderão embasar ajustes na política econômica.

A participação ativa de entidades representativas do setor agrícola e industrial também será crucial nesse processo. O diálogo entre governo, empresas e consumidores pode facilitar a identificação de gargalos e a adoção de soluções que beneficiem toda a economia.

Comércio Exterior o que é?

Comércio exterior é a troca de produtos ou serviços entre um país e outro. Quando falando de Compra de produtos, é a Importação e quando falamos em vendas de produtos, é a exportação, cada um deles engloba uma série de procedimentos necessários para a sua execução.

O Comércio Exterior, aplicado carinhosamente como Comex, compreende vários termos, regras e normas nacionais das transações.

Estas regras do comércio exterior são de âmbito nacional, criadas para disciplinar  e orientar tudo o que diz respeito à entrada no país de mercadorias procedentes do exterior, no caso quando existe uma importação e a saída de mercadorias do território nacional, quando é uma exportação.

O que é Logística Internacional?

Logística Internacional é uma ferramenta fundamental para a expansão do comércio exterior, e deve ser utilizada de forma estratégica para diferencial competitivo nas negociações internacionais.

globalização tem tornado as empresas cada vez mais competitivas e com conceitos modernos aos seus procedimentos, negócios e produtos. Esse processo está integralmente ligado aos processos de compra, armazenagem e distribuição das mercadorias.

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