Entenda mais sobre a importação da Vacina Covid-19: Desafio Global da Carga

Atualizado em: por Leandro Sprenger.

Todos que trabalham em logística e comércio exterior sabem que planejamento é algo fundamental em nossa área. Enquanto o mundo corre atrás da elaboração de uma vacina contra a Covid-19, a IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo) alerta que será necessário um inédito planejamento para a distribuição da vacina quando finalmente ela ficar pronta. A distribuição da vacina contra a Covid-19 será um desafio global da carga aérea. 

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Vamos ver agora como deverá ser o planejamento da IMPORTAÇÃO DA VACINA DA COVID-19!

Importação da Vacina Covid-19


IATA: o planejamento para a distribuição da vacina deve começar imediatamente

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) exortou os governos a começarem já um planejamento cuidadoso com as partes interessadas da indústria para garantir a preparação total quando as vacinas para Covid-19 forem aprovadas e estiverem disponíveis para distribuição. A associação também alertou sobre restrições de capacidade potencialmente graves no transporte de vacinas por via aérea.

Em tempos normais, a carga aérea já desempenha um papel fundamental na distribuição de vacinas por meio de sistemas de distribuição globais bem estabelecidos, sensíveis ao tempo e à temperatura. Essa capacidade será crucial para o transporte e distribuição rápidos e eficientes das vacinas contra a Covid-19, quando elas estiverem disponíveis, e não acontecerá sem um planejamento cuidadoso, o qual deve ser liderado pelos governos e apoiado pelas partes interessadas da indústria.

A distribuição segura das vacinas contra a Covid-19 será a missão do século para a indústria global de carga aérea. Mas isso não acontecerá sem um planejamento prévio cuidadoso. E a hora para isso é agora. Exortamos os governos a assumirem a liderança na facilitação da cooperação em toda a cadeia logística para que as instalações, os procedimentos de segurança e os processos de fronteira estejam prontos para a tarefa gigantesca e complexa que se aproxima”, disse o Diretor-Geral e CEO da IATA, Alexandre de Juniac.

Em 2019 o Brasil importou quase 34 milhões de dólares em vacinas contra a gripe da Europa e dos Estados Unidos, mas esses números certamente serão alterados a depender de quais países serão exportadas as vacinas contra a Covid-19.

Necessidades para o transporte internacional da vacina covid

As  vacinas devem ser manuseadas e transportadas de acordo com os requisitos regulamentares internacionais, em temperaturas controladas, e de forma célere, a fim de garantir a qualidade do produto. Embora ainda existam muitas incógnitas (número de doses, sensibilidades à temperatura, locais de fabricação, etc), sabemos que as instalações da cadeia de frio serão necessárias, bem como a entrega em todos os cantos do globo. As prioridades para preparar instalações para esta distribuição incluem:

  • disponibilidade de instalações e equipamentos com temperatura controlada - maximizando o uso ou realocação da infraestrutura existente e minimizando construções temporárias;
  • disponibilidade de pessoal treinado para lidar com vacinas sensíveis ao tempo e temperatura; e
  • recursos de monitoramento robustos para garantir que a integridade das vacinas seja mantida.

As vacinas contra a Covid-19 serão commodities altamente valiosas. Dessa forma, devem ser tomadas providências para garantir que as remessas permaneçam protegidas contra adulteração e roubo. Os processos atuais estão em vigor para manter as carga seguras, mas o imenso volume potencial de embarques de vacinas necessitará de planejamento antecipado para garantir que sejam escalonáveis.

A distribuição na África seria "impossível" neste momento, diz a IATA, dada a falta de capacidade de transporte de cargas, o tamanho da região e as complexidades relacionadas às fronteiras.

Há cerca de 140 vacinas em desenvolvimento inicial e cerca de 24 em fase de testes clínicos em humanos neste momento (setembro/2020).

Coordenação dos órgãos de governo

Trabalhar eficientemente com as autoridades sanitárias e aduaneiras será, portanto, essencial para garantir aprovações regulamentares oportunas, medidas de segurança adequadas, manuseio e liberação alfandegária apropriados. No Brasil, já temos diversas medidas que facilitam o desembaraço aduaneiro de produtos ligados ao combate da Covid-19.

Veja também: Coronavírus Importação. e Tratamento Prioritário no Desembaraço de Mercadorias em combate a COVID-19.

Importação de vacinas do Covid-19: anuência da Anvisa

A Anvisa, nosso órgão de controle sanitário, possui diversas exigência para a importação de vacinas a fim de garantir a saúde da população, conforme abaixo.

  • Necessidade do certificado de liberação expedido pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), vinculado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O documento é exigido antes que lotes de vacinas sejam disponibilizados para o consumo
  • Termo de Guarda e Responsabilidade

Contudo, a Anvisa também possui procedimentos que aceleram a importação de vacinas tais como: 

  • Priorização da análise do processo de importação, conforme constante da Orientação de Serviço (OS) 47/2018, 
  • Aceite da juntada do conhecimento de carga não original no dossiê eletrônico
  • Possibilidade de assinatura digital do responsável técnico e legal

Relacionamos abaixo a legislação da Anvisa relativas à importação de vacinas.

  • RDC 73, de 2008 – Trata do regulamento técnico para procedimento de liberação de lotes de vacinas e soros hiperimunes heterólogos para consumo no Brasil e para exportação.
  • RDC 81, de 2008 – Regulamento técnico de bens e produtos importados para fins de vigilância sanitária, simplificado pela RDC 208, de 2018.
  • RDC 68, de 2003 – Estabelece condições para a importação, comercialização, exposição ao consumo dos produtos incluídos na RDC 305, de 2002.
  • RDC 305, de 2002 – Proíbe, em caso de risco à saúde, a entrada e a comercialização de matéria-prima e produtos acabados, semielaborados ou a granel, para uso em seres humanos, cujo material de partida seja obtido a partir de tecidos/fluidos de animais ruminantes (bovinos e outros).
  • OS 47, de 2008 – Atualiza os critérios e procedimentos para a racionalização da gestão da fiscalização do controle sanitário de produtos importados na modalidade Siscomex.
  • Decreto 9.094, de 2017 – Dispõe sobre a simplificação do atendimento prestado aos usuários dos serviços públicos, ratifica a dispensa do reconhecimento de firma e da autenticação em documentos produzidos no país e institui a Carta de Serviços ao Usuário.
  • RDC 74, de 2016 – Dispõe sobre o peticionamento eletrônico na importação de bens e produtos sujeitos à vigilância sanitária.

Veja também: O que é a Autorização de Funcionamento (AFE) da Anvisa? e Importação de Medicamentos

No Webinário sobre a Importação de Produtos de Combate à COVID-19 falamos sobre os DESAFIOS OPERACIONAIS nesse tipo de processo.

8 mil Boeings 747: para importação

Além dos preparativos de transporte e coordenação necessários, os países também devem considerar a atual capacidade de carga reduzida da indústria de transporte aéreo global. A IATA alertou que com a severa redução no tráfego de passageiros as companhias aéreas reduziram as redes e estão com muitos aviões parados. Assim sendo, a rede de rotas global foi reduzida drasticamente do momento pré pandemia. A OMS e a,Unicef já relataram graves dificuldades em manter seus programas de vacinas planejados durante a crise do Covid-19 devido, em parte, à limitada conectividade aérea.

As previsões são gigantescas em relação ao tamanho potencial da entrega. O simples fornecimento de uma única dose para 7,8 bilhões de pessoas ocuparia 8.000 Boeings 747. Somando as várias versões do Boeing 747 fabricadas desde 1969 não chegamos nem a 1.600 aeronaves. Isso nos dá uma dimensão do desafio logístico que teremos. O transporte terrestre ajudará, especialmente em economias desenvolvidas com capacidade de manufatura local, mas as vacinas não podem ser entregues globalmente sem o uso significativo da malha aérea.

O que é Logística Internacional?

A Logística Internacional é uma ferramenta fundamental para a expansão do comércio exterior, e deve ser utilizada de forma estratégica para diferencial competitivo nas negociações internacionais.

A globalização tem tornado as empresas cada vez mais competitivas e com conceitos modernos aos seus procedimentos, negócios e produtos. Esse processo está integralmente ligado aos processos de compra, armazenagem e distribuição das mercadorias.

E aí, gostou deste artigo sobre a importação de vacinas da Covid-19, a relação entre o comércio exterior e covid-19, os desafios globais contra a Covid-19 e a compra das vacinas para Covid-19? Então se inscreva no nosso blog e fique por dentro de mais notícias sobre exportação, importação e drawback

O que é Comércio Exterior?

Comércio exterior é a troca de produtos ou serviços entre um país e outro. Quando falando de Compra de produtos, é a Importação e quando falamos em vendas de produtos, é a exportação, cada um deles, engloba uma série de procedimentos.

O que é Logística Internacional?

A Logística Internacional é uma ferramenta fundamental para a expansão do comércio exterior, e deve ser utilizada de forma estratégica para diferencial competitivo nas negociações internacionais.

Leandro Sprenger
Leandro Sprenger

Empreendedor, Apaixonado por Tecnologia, Especialista em TI para Comércio Exterior e responsável pela criação de diversos sistemas de BI para Comex por mais de 15 anos. Co-criador da Plataforma de Ensino SimulaComex e do Sistema FComex.

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