A invasão russa ao território ucraniano mexe não só com as forças políticas mas também comerciais e econômicas, com consequências para o Brasil. O artigo de hoje vai falar sobre as relações comerciais da Rússia e Ucrânia com o Brasil.
Quer saber mais sobre este importante assunto? Então pegue o seu café e continue conosco!
Vamos lá agora entender mais sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia? 😉
A Rússia é o sexto país de quem o Brasil mais compra produtos: foram US$ 5.69 bilhões em importações em 2021, segundo o ComexStat. De fato as Importações da Rússia geram um valor consideravelmente alto para o Brasil.
Em contrapartida, foram só US$ 1.59 bilhão exportados pelo Brasil para os russos, sobretudo em produtos agropecuários, liderados por soja e carnes.
O equivalente a 0,6% das exportações totais, a menor participação em pelo menos duas décadas. Isso deixou o país com a nona maior população do mundo em 36º entre os destinos para onde o Brasil mais exporta.
Há duas décadas, a Rússia já foi a maior compradora de carnes, especialmente suína, do Brasil. O posto, porém, foi minguando conforme os russos trabalharam por sua autossuficiência e, no Brasil, os produtores começaram a se ocupar de outros destinos bem maiores em ascensão, caso da China.
Na pauta dos itens mais vendidos para os russos estão alimentos como soja, frango, carnes, café, açúcar e até amendoim, o que faz do país um parceiro especialmente querido do agronegócio brasileiro.
👉 Confira também o nosso artigo sobre as Exportações para a Rússia!
A Rússia é a 11ª economia do mundo, segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), enquanto a Ucrânia é a 55ª. Em 2021, as Exportações de produtos brasileiros para a Ucrânia representaram um valor de de US$ 226,8 milhões aos cofres brasileiros.
👉 Já as Importações da Ucrânia geraram um custo de US$ - 211,4 milhões. Sendo assim, podemos perceber que houve um Superávit de US$ 15,4 milhões em relação a balança comercial entre Ucrânia e Brasil.
Além disso, a economia russa, grande herdeira da antiga União Soviética, é mais desenvolvida que a ucraniana, que ainda é considerada um país em desenvolvimento.
Mesmo assim, os países apresentam semelhanças nos principais produtos e parceiros comerciais, e também têm uma relação comercial intensa que vem perdendo forças devido ao cenário que culminou na invasão da Rússia ao país.
Desde novembro do ano passado, a comunidade internacional debate as ameaças de invasão russa na Ucrânia em uma discussão que envolve herança histórica e cultural e lembra conflitos da época da Guerra Fria.
O problema, na visão de Vladmir Putin (Presidente da Rússia), seria a expansão pelo oriente da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) — grupo criado em 1949, após a 2ª Guerra Mundial, para evitar o avanço da União Soviética ao ocidente.
A Otan, que conta com os principais países do ocidente — como EUA, Reino Unido, Alemanha e França —, existe até hoje e filiou partidos orientais próximos da Rússia ao longo da última década. A OTAN estava negociando a inserção da Ucrânia no grupo. Em dezembro do ano passado, o presidente russo, Vladimir Putin, já ameaçava um confronto caso as conversas não parassem.
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) é uma aliança militar internacional fundada em 1949. No contexto de sua fundação, ocorrida durante a Guerra Fria, seu objetivo era estabelecer um pacto militar entre os países do Tratado do Atlântico Norte contra o avanço da influência socialista. Atualmente, a OTAN atua como um organismo expansionista, com vistas a garantir os interesses econômicos das nações membros ao redor do mundo.
Com a dissolução da União Soviética, antigos membros do Pacto de Varsóvia passaram a integrar a OTAN. Entre os principais países integrantes da OTAN podemos destacar:
Confira a seguir todos os 28 membros da Otan: Albânia, Alemanha, Bélgica, Bulgária, Canadá, Croácia, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Estônia, Eslováquia, Eslovênia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Islândia, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Noruega, Polônia, Portugal, Reino Unido, República Tcheca, Romênia e Turquia.
A decisão do presidente russo Vladimir Putin de invadir a Ucrânia pode elevar ainda mais os preços em um momento em que a inflação já está pressionada nas principais economias do mundo.
Os preços globais do petróleo saltaram acima de US$ 105 por barril na quinta-feira (24), atingindo seu nível mais alto desde 2014. Nos Estados Unidos, os preços do petróleo se aproximaram de US$ 100 por barril.
Os preços globais dos alimentos já estavam perto de uma alta de 10 anos. Agora, o conflito Rússia-Ucrânia pode piorar as coisas. A Rússia é o maior exportador mundial de trigo, enquanto a Ucrânia é um exportador significativo de trigo e milho. Também exportam óleos vegetais.
O preço dos metais usados em uma ampla gama de produtos de consumo está subindo à medida que os investidores investigam as ramificações da invasão e avaliam se as sanções podem afetar os suprimentos.
A Rússia é um grande produtor de metais, incluindo alumínio e níquel, e também um grande produtor de cobre.
No Brasil, onde bolsa e câmbio vinham se beneficiando do fluxo estrangeiro atraído pelas commodities e ativos considerados baratos, não foi diferente. No dia 24 de fevereiro, o dólar avançou 1,83% em relação ao real, cotado a R$ 5,096. No mesmo dia, o Ibovespa caía 2,02%, aos 109.742 pontos.
Para além do impacto no mercado financeiro, um ponto de alerta para o Brasil, agora que o conflito no leste europeu se concretizou, é inflação. O cenário de preços mais altos e atividade estagnada é prejudicial para a economia de uma forma geral, impactando desde consumidores até integrantes das cadeias produtivas no país.
Após o início da invasão russa, os portos ucranianos foram fechados para navegação comercial. Canais de notícias também noticiaram que o porto de Odessa, o maior da Ucrânia, foi fechado pelas autoridades. No início desta semana, muitos porta containers (ícones em verde) ficaram atracados em Odessa, em portos nos arredores ou ao longo da costa.
Fonte: MarineTraffic
Em comunicado, a MSC divulgou no seu site dizendo que está interrompendo momentaneamente a operação de seus navios nos portos ucranianos.
Confira um trecho:
“Por enquanto, nossos navios não vão atracar nos portos da Ucrânia e nós estamos implementando diversas outras alterações operacionais para outros navios que atuam na nossa rede de portos no Mar Negro. Nesses casos, vamos declarar a viagem encerrada no último porto antes da Ucrânia. Os depósitos nos hubs da região já estão sobrecarregados e entendemos que o impacto da situação da Ucrânia deve trazer ainda mais desafios para as cadeias de suprimentos que já estão bastante afetadas.”
Outras companhias também emitiram comunicados, veja abaixo:
“As circunstâncias atuais implicam que a Maersk decidiu não operar em nenhum porto na Ucrânia até segunda ordem e que não irá mais aceitar novos embarques da e para a Ucrânia até segunda ordem. Os serviços na Rússia, no entanto, continuam disponíveis no momento mas estão potencialmente sujeitos a alterações conforme as coisas desenvolvem.”
“Nosso escritório em Odessa está fechado até novo aviso, e todos os nossos executivos estão trabalhando de casa. As operações de terminal e os transportes terrestres estão interrompidos”.
👉 Grandes empresas atuantes no Comex já emitiram notas sobre este assunto, escrevemos um artigo de maneira mais aprofundada sobre o Transporte marítimo para a Rússia interrompido, confira!
A Ucrânia fez parte da Rússia durante a maior parte da sua existência, é um grande produtor de grãos e alimentos e abrigou a primeira capital russa, Kiev. Os laços são muito fortes. Os dois países têm uma relação muito longa e cultural", diz ele. Boa parte das cidades ucranianas têm o russo como idioma principal, por exemplo. A Ucrânia seguiu sendo território russo a partir de 1917, data da Revolução Russa e instauração da URSS.
A península da Crimeia, localizada logo abaixo da Ucrânia, também era território soviético. A área é ponto de conflito entre russos e ucranianos historicamente. Uma região de águas quentes para o escoamento da produção russa cujos mares de seu lado oriental passam boa parte do ano congelados.
No fim da União Soviética, os russos ficaram sem a Ucrânia e sem a Crimeia. A Ucrânia se declarou um país independente e a Crimeia virou uma república autônoma.
Ataque com mísseis na Polônia
Após a acusação do governo polonês de uma ataque com mísseis russos atingirem o país membro da OTAN, a tensão novamente atingiu não só a Europa, mas também o restante do mundo. A Polônia é membro da Aliança do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a aliança militar do Ocidente, que prevê, em seu estatuto, a defesa de todos os sócios em caso de ataque de um terceiro país. Por esse entendimento, os Estados Unidos, que fazem parte do bloco, poderiam atacar a Rússia.
O Ministério da Defesa da Rússia afirmou nesta quarta-feira (16/09) que os mísseis disparados na terça-feira (15/09) em direção ao território ucraniano chegaram a até 35 quilômetros de distância da fronteira entre Ucrânia e Polônia. A Polônia afirma que os ataques causaram a morte de duas pessoas.
O míssil caiu em uma fazenda de grãos no vilarejo de Przewodów, que fica no leste da Polônia, próximo à fronteira com a Ucrânia.
E aí, gostou deste artigo sobre a Rússia e Ucrânia relações comerciais com o Brasil e a guerra entre Rússia e Ucrânia? Então se inscreva no nosso blog e fique por dentro de mais notícias sobre exportação, importação e drawback. 😉
O comércio exterior é a troca de bens e serviços através de fronteiras internacionais ou territórios. Na maioria dos países, ele representa uma grande porcentagem do PIB.