por Leandro Sprenger

22 Apr, 2025

Impacto das tarifas dos EUA sobre o aço e alumínio brasileiros | Perspectivas para o Comércio Exterior

Em fevereiro de 2025, o governo dos Estados Unidos, sob a administração do presidente Donald Trump, anunciou a imposição de tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio. Essa medida, que entrou em vigor em 12 de março de 2025, visa proteger a indústria siderúrgica norte-americana, mas tem implicações significativas para países exportadores desses metais, incluindo o Brasil.

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Confira os seguintes tópicos:

  • Participação do Brasil no mercado Norte-Americano
  • Estimativas de perdas para o setor siderúrgico brasileiro
  • Impacto geral na economia brasileira
  • Reações e estratégias do governo brasileiro
  • Posicionamento da indústria siderúrgica brasileira
  • Histórico de medidas protecionistas dos EUA
  • Repercussões globais das tarifas
  • Possíveis repercussões no mercado Norte-Americano
  • Alternativas para o Brasil no cenário internacional
  • Importância de acordos comerciais
  • Impacto nas cadeias produtivas globais
  • Reações de outros países exportadores
  • Perspectivas futuras para o comércio internacional
  • A resiliência da indústria siderúrgica brasileira
  • Comércio Exterior o que é?
  • O que é Logística Internacional?

Bora lá? 😉
Tarifas dos EUA sobre aço e alumínio

Participação do Brasil no mercado Norte-Americano

O Brasil é um dos principais fornecedores de aço para os EUA, representando aproximadamente 14,9% das importações norte-americanas desse produto em 2024. Essa posição de destaque torna o país particularmente vulnerável às novas tarifas impostas.

Estimativas de perdas para o setor siderúrgico brasileiro

De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a tarifa de 25% pode resultar em uma redução de 2,19% na produção brasileira de metais ferrosos, uma contração de 11,27% nas exportações e uma diminuição de 1,09% nas importações.

Em termos monetários, isso equivale a uma perda de exportações de aproximadamente US$ 1,5 bilhão e uma queda na produção de cerca de 700 mil toneladas em 2025.

Impacto geral na economia brasileira

Embora o setor siderúrgico seja diretamente afetado, o impacto na economia brasileira como um todo é relativamente modesto. O Ipea prevê uma redução de apenas 0,01% no Produto Interno Bruto (PIB) e uma diminuição de 0,03% nas exportações totais. Paradoxalmente, espera-se um aumento no saldo da balança comercial de US$ 390 milhões, devido à redução das importações em 0,26%, reflexo da desaceleração econômica.

Reações e estratégias do governo brasileiro

Em resposta às tarifas, o vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, enfatizou a importância do diálogo com os EUA e sugeriu a possibilidade de estabelecer cotas como alternativa às tarifas. Alckmin destacou que os EUA mantêm um superávit comercial com o Brasil desde 2008, totalizando US$ 253 milhões em 2024, em um comércio bilateral superior a US$ 80 bilhões.

Posicionamento da indústria siderúrgica brasileira

A entidade representativa dos siderúrgicos brasileiros, Aço Brasil, expressou surpresa com a decisão dos EUA e afirmou que as tarifas não beneficiarão nenhum dos países. A organização ressaltou que acordos anteriores entre os dois países foram favoráveis e manifestou a intenção de iniciar discussões para restabelecer os termos comerciais anteriores.

Histórico de medidas protecionistas dos EUA

Não é a primeira vez que os EUA adotam medidas protecionistas nesse setor. Em 2018, tarifas semelhantes foram implementadas, mas posteriormente ajustadas ou revertidas após negociações. Essas ações anteriores já haviam gerado impactos no comércio bilateral entre os países.

Repercussões globais das tarifas

As tarifas impostas pelos EUA não afetam apenas o Brasil, mas também outros grandes exportadores de aço e alumínio, como Canadá, México e União Europeia.

Essas nações podem adotar medidas retaliatórias, aumentando as tensões no comércio internacional e potencialmente desencadeando uma guerra comercial mais ampla.

Possíveis repercussões no mercado Norte-Americano

Embora as tarifas visem proteger a indústria doméstica dos EUA, elas podem levar ao aumento dos preços internos de aço e alumínio, afetando setores que dependem desses insumos, como as indústrias automotiva e de construção.

Além disso, a capacidade de produção interna dos EUA pode não ser suficiente para suprir a demanda, levando a possíveis desequilíbrios no mercado.

Alternativas para o Brasil no cenário internacional

Diante desse cenário, o Brasil pode buscar diversificar seus mercados de exportação, reduzindo a dependência dos EUA. Mercados na Ásia e na Europa podem se tornar alvos estratégicos para as exportações brasileiras de aço e alumínio.

Além disso, investimentos em tecnologia e aumento da competitividade podem ajudar a indústria nacional a se adaptar às novas condições do mercado global.

Importância de acordos comerciais

A situação ressalta a importância de o Brasil negociar acordos comerciais bilaterais e multilaterais que garantam acesso a mercados e reduzam a vulnerabilidade a medidas protecionistas. Participar ativamente de organizações internacionais, como a Organização Mundial do Comércio (OMC), é crucial para defender os interesses nacionais e promover um comércio mais justo.

Impacto nas cadeias produtivas globais

As tarifas dos EUA podem causar disrupções nas cadeias produtivas globais, especialmente em setores que utilizam aço e alumínio como insumos principais. Empresas multinacionais podem reconsiderar suas estratégias de produção e sourcing, buscando minimizar custos e evitar tarifas adicionais.

Reações de outros países exportadores

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Países como Canadá e México, também afetados pelas tarifas, expressaram preocupações semelhantes às do Brasil. Essas nações podem formar alianças estratégicas para negociar coletivamente com os EUA, buscando soluções que minimizem os impactos negativos em suas economias.

Perspectivas futuras para o comércio internacional

A adoção de medidas protecionistas pelos EUA pode incentivar outros países a adotarem políticas semelhantes, ameaçando o sistema de comércio multilateral baseado em regras. Essa tendência pode levar a um ambiente comercial mais incerto e volátil, dificultando o planejamento de longo prazo para empresas e governos.

No caso do Brasil, a dependência das exportações de aço e alumínio para os Estados Unidos exige a formulação de estratégias mais amplas para mitigar os riscos.

Entre as possibilidades, estão a ampliação de acordos comerciais com outros blocos econômicos e a diversificação da base de clientes internacionais.

O papel da OMC na mediação de conflitos comerciais

Diante do impacto negativo das tarifas sobre o Brasil e outros países exportadores, cresce a importância da atuação da Organização Mundial do Comércio (OMC) como mediadora de disputas comerciais. O Brasil já levou casos anteriores à OMC contra barreiras comerciais impostas pelos EUA, e um novo questionamento pode ser formulado para contestar a legalidade da tarifa de 25%.

Porém, a atual crise na OMC, marcada por dificuldades em seu mecanismo de solução de controvérsias, pode reduzir a efetividade dessa estratégia. Dessa forma, além das medidas jurídicas, é essencial que o Brasil invista na diplomacia comercial para buscar soluções diretas com os Estados Unidos.

A resiliência da indústria siderúrgica brasileira

O setor siderúrgico brasileiro já enfrentou desafios semelhantes no passado, como ocorreu em 2018, quando os EUA impuseram tarifas sobre aço e alumínio. Naquele momento, o Brasil conseguiu negociar cotas de exportação para continuar acessando o mercado norte-americano, o que pode ser novamente uma alternativa viável.

Além disso, a indústria nacional tem demonstrado capacidade de adaptação ao investir em inovação e eficiência produtiva. Empresas do setor podem buscar reduzir custos e aumentar sua competitividade global, garantindo que o Brasil continue sendo um fornecedor estratégico no mercado internacional.

Comércio Exterior o que é?

Comércio exterior é a troca de produtos ou serviços entre um país e outro. Quando falando de Compra de produtos, é a Importação e quando falamos em vendas de produtos, é a exportação, cada um deles engloba uma série de procedimentos necessários para a sua execução.

O Comércio Exterior, aplicado carinhosamente como Comex, compreende vários termos, regras e normas nacionais das transações.

Estas regras do comércio exterior são de âmbito nacional, criadas para disciplinar  e orientar tudo o que diz respeito à entrada no país de mercadorias procedentes do exterior, no caso quando existe uma importação e a saída de mercadorias do território nacional, quando é uma exportação.

O que é Logística Internacional?

Logística Internacional é uma ferramenta fundamental para a expansão do comércio exterior, e deve ser utilizada de forma estratégica para diferencial competitivo nas negociações internacionais.

globalização tem tornado as empresas cada vez mais competitivas e com conceitos modernos aos seus procedimentos, negócios e produtos. Esse processo está integralmente ligado aos processos de compra, armazenagem e distribuição das mercadorias.

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