Muitos pensam que as dificuldades para exportação são representadas por altas taxas de importação, custos de logística elevados, procedimentos de importação complexos, agressividade comercial dos chineses, protecionismo (nesse último item não podemos reclamar muito.
Pois o Brasil tem sido um mestre à nível mundial em elevar barreiras às importações para proteger a indústria local (muitas vezes só para “proteger” algumas dúzias de empresas locais em detrimento dos consumidores obrigados a comprar, às vezes, produtos locais caros e com pouca qualidade.
Os leitores menos jovens devem se lembrar de quando no Brasil havia “carros que pareciam carroças” como falou alguém!
Outra barreira, no caso do Brasil é o “famoso” Custo Brasil. Há décadas jogamos a culpa no Custo Brasil e acabamos perdendo o foco sobre outras barreiras. Cá entre nós, um dos maiores responsáveis pelo Custo Brasil, tem sido exatamente o elevado protecionismo do Brasil, as altas barreiras à importação de máquinas, equipamentos, tecnologia, processos inovadores, etc.
O país ficou isolado da enorme revolução tecnológica que aconteceu em muitos campos. Provavelmente, em algumas ocasiões colocar o Custo Brasil como uma barreira para a exportação tem sido uma trincheira atrás da qual esconder a nossa falta de competitividade.
Mas estas são apenas algumas das barreiras. Dificilmente você encontrará nos livros, cursos, seminários, alguém que fale sobre uma das maiores barreiras à exportação: a falta de cultura exportadora na empresa, a falta de atitude, de entrosamento entre os vários departamentos. Um exemplo?
Todos os departamentos da empresa estão envolvidos na exportação: você precisa ter um produto atualizado (área técnica), fabricado com processo de produção competitivo e que mantenha os prazos de entrega (área industrial) com insumos e componentes de ótima qualidade, preço e conformidade com normas internacionais (área de compras), com custos industrias “bem afinados” (área administrativa/industrial), com um mínimo conflito possível com o departamento de vendas no mercado interno e obviamente precisa de uma sincronia entre as várias áreas da empresa com a supervisão do diretor geral.
Acontece isso normalmente na empresa? Infelizmente não é raro que nas empresas exista um constante conflito do gerente de exportação com as outras áreas para acelerar prazos de entrega, vender a ideia de investir em adaptações de produtos, fazer aceitar condições de pagamento competitivas para os clientes, etc.
Conclusão: o gerente de exportação deve gastar muitas energias não só para conquistar clientes que comprem o produto, mas também para conquistar os colegas para que eles comprem a ideia que a exportação não é um assunto exclusivo do departamento de exportação, mas de toda a empresa.
Por isso eu há anos afirmo que muitas vezes é mais difícil vender a ideia da exportação na empresa do que vender o produto no exterior!
O que mais tem atrasado o nosso percurso na internacionalização (e portanto tem representado barreiras) foi uma série de fatores tais como:
Como podemos observar, não são poucos os obstáculos encontrados na gestão da internacionalização. Veja a seguir um check-list das barreiras à exportação mais conhecidas.
Obs.: É suficiente dar-se o trabalho de pesquisar como era importar no Brasil na época da “famosa” CACEX para encontrar muitas das barreiras mencionadas (e outras mais sofisticadas). Digo isso por experiência própria pois nessa época eu exportava com muita dificuldade da Itália para o Brasil.
Como podemos então observar, não são poucas as barreiras para a exportação. Claro que todavia algumas são intransponíveis, outras dá para contornar, outras ainda é possível enfrentá-las. Claro que isso depende de muitos fatores, como o tipo de produto, a concorrência, o mercado de destino o tamanho e os recursos da sua empresa, o seu trabalho junto com o parceiro no mercado, etc.
Por isso então a importância de efetuar antes do início do nosso caminho rumo à exportação, uma avaliação interna da empresa, um estudo de mercado e de produto e conhecer de antemão quais as barreiras que devemos e podemos enfrentar e quais as que não temos condições superar. Em função disso vamos então traçar nosso plano de trabalho. Na dúvida, que tal fazer a nossa lição de casa: antes de reclamar das barreiras externas vamos todavia começar a eliminar as barreiras internas na nossa empresa, que não são poucas, através de método, profissionalismo, informação e formação.
Examine então o conceito do “efeito iceberg”: poderia ter muita coisa para pôr em ordem na nossa empresa. Quem sabe quantas barreiras a menos iremos enfrentar se melhorarmos a nossa capacidade exportadora!
Para saber mais:
No ano de 2021, até o mês de Novembro, o Brasil totalizou um valor corrente de negociações no comércio exterior de US$ Milhões 454.996,8.
Sendo US$ Milhões 256.028,3 de exportações, e US$ Milhões 198.968,5. Gerando um superávit de US$ Milhões 57.059,8.
O produto mais importado no ano de 2021 foi o “Adubos ou Fertilizantes Químicos”.
Quanto ao produto mais exportado no ano foi “Minério de Ferro e seus concentrados” conforme dados do ComexStat.
E aí, gostou deste artigo sobre as barreiras nas exportações, quais são as barreiras nas exportações, como vencer as barreiras na exportação e as dificuldades nas exportações? Então se inscreva no nosso blog e fique por dentro de mais notícias sobre exportação, importação e drawback. 😉
O comércio exterior é a troca de bens e serviços através de fronteiras internacionais ou territórios. Na maioria dos países, ele representa uma grande porcentagem do PIB.
O Novo Processo de Exportação (NPE) faz parte do programa Portal Único Siscomex, que vem reformulando os processos de exportação, licenciamento e trânsito aduaneiro.