Entenda como funciona o Câmbio no Brasil

Atualizado em: por Sinara Bueno.

Nós sabemos que as grandes negociações funcionam baseado nos valores, no sentido literal da palavra: dinheiro. 

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Hoje existem 03 formatos principais de câmbio no brasil que influenciam nas negociações, sendo elas de Exportação e Importação

Antigamente conhecíamos a negociação e trâmites de Câmbio como escambo, não é mesmo? Quem nunca ouviu o pai ou o avô falar que conhecia alguém que fazia escambo? rs. 

Hoje o escambo são os valores negociados que movimentam a economia, seja ela de uma empresa ou país. 

Devido o grau de importância dessas transações, é que hoje fazemos esse conteúdo, afinal, compreender como funciona o câmbio e como ele impacta nas suas operações é fundamental para um processo ou uma gestão bem realizada. 

Saiba o que você verá neste artigo:

  • O que é o câmbio;
  • O que é o Regime Cambial;
  • Como Funciona de forma geral;
  • Como funciona o câmbio no Brasil;
  • Quais os tipos de regimes cambiais;
  • Como funcionam os regimes; e
  • Qual o melhor câmbio para importar e exportar. 

Vamos lá agora conhecer mais sobre o câmbio no Brasil😉

O que é o câmbio?

Quando falamos em câmbio, sabemos que é a troca de uma moeda pela outra, mas o seu conceito em si não é claro para todos. 

Portanto, câmbio é quando a troca de uma moeda de um país, resulta em uma quantidade específica da moeda do segundo país. Ou seja, é a quantidade de reais necessária para se comprar US$ 1, por exemplo. É o preço que se paga para vender uma moeda e comprar outra.  

Aqui no nosso país, o câmbio comercial ou de turismo é controlado pelo Banco Central. Sendo assim, tudo o que entra e sai do país por intermédio de negociações financeiras deve responder ao Banco Central.

Hoje com o avanço da tecnologia, existem sites onde é possível fazer a compra e venda de moedas estrangeiras de forma online.

Regime Cambial: O que é?

O Regime Cambial é a maneira pela qual a taxa de câmbio é formada. Hoje existem três regimes que são os principais: Regime de câmbio flutuante, Regime Flutuante Sujo e o Câmbio fixo. 

Os formatos de regimes determinam se a negociação terá uma taxa fixa ou flutuante. Quando fixos, eles contam com interferência do Banco Central e quando Flutuante, sofrem oscilações nos valores. Porém, vamos entrar nesse assunto mais para a frente.  

Ainda dentro desses dos regimes centrais, existem outros específicos, porém não vamos entrar em questão.

>> Leia também sobre Taxa de Câmbio PTAX

Como Funciona

O câmbio não é uma realidade só para empresários ou empresas de grande porte. Quando você ou algum conhecido seu vai fazer uma viagem internacional, é necessário comprar as moedas do país destino, certo?

Esse movimento já é a utilização do câmbio. Nesse processo você compra tantos dólares, ou a moeda que você irá precisar por tanto da moeda brasileira. 

Ou seja, se você for comprar 10 dólares Americanos, irá pagar o valor de R$37,73 pela moeda Americana. 

Importante compreendermos que toda e qualquer negociação financeira que passa dos limites das fronteiras nacionais, precisam passar pela regra do câmbio, que é então, a troca da moeda local pela moeda estrangeira. 

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Como funciona o câmbio no Brasil?

No ano de 1999, foi fundamentado as diretrizes do tripé macroeconômico que formaram então, o câmbio no Brasil. 

Esse tripé é formado por três bases, sendo eles:

  1. Políticas econômicas brasileiras;
  2. Metas para o superávit; e
  3. Adoção do regime de câmbio flutuante.

Como funciona os regimes?

Como comentamos acima, existem três regimes principais de câmbio e cada um possui suas peculiaridades. Hoje os três regimes são:

  1. Flutuante
  2. Fixo
  3. Flutuante Sujo

Mas o que é cada um deles?

Regime de câmbio flutuante 

No sistema de câmbio flutuante, é o próprio país que estabelece a sua taxa de câmbio entre um país e outro. Ou seja, as pessoas que negociam a troca de moedas, possuem certa liberdade na hora de negociar a troca das mesmas. 

Como é formado esse valor?

Ainda que tenha certa liberdade na hora de negociar o câmbio, existem também, diversos fatores que formam o valor.  Aqui vamos listar alguns que deles:

  • Situação econômica dos países, ou seja níveis de inflação e nível de emprego, por exemplo; 
  • Atratividade da economia nacional para investidores; 
  • Taxa de juros interna do país e também externa;
  • Política fiscal e monetária dos países; 
  • Nível de importações e exportações; e
  • Fluxo de turistas, imigrantes e residentes fora do país.

Sendo assim, o regime de câmbio flutuante representa as forças de oferta e demanda por moedas estrangeiras e assim, eles irão definir o preço do câmbio.

Normalmente, o governo não busca interferir no funcionamento do mercado cambial, pois ele é auto regulado e segue a proposta da Oferta e procura, fundamentada por Adam Smith.

Ou seja, podemos compreender que, se a procura por dólares no Brasil crescer, o preço dessa moeda também deve subir, o que faz a taxa de câmbio aumentar, havendo uma desvalorização cambial.

Por outro lado, se os agentes econômicos preferirem o Real frente ao dólar, uma valorização cambial deve ocorrer ocasionando em uma diminuição na taxa de câmbio.

Existe também outro tipo de regime que é o Regime de Câmbio Fixo. 

Regime de câmbio fixo

Na época do Plano Real, esse modelo de administração do câmbio foi adotado com destaque, sendo utilizado como base para o sucesso do controle da inflação da época.

No Regime de Câmbio Fixo, o Brasil atua no mercado em busca de um valor pré-definido das moedas estrangeiras. 

Ou seja, a autoridade monetária trabalha contra as forças de mercado, deixando o câmbio em um valor fixo.

Compreendendo o contexto: Durante o Plano Real, o Banco Central trabalha para valorizar a moeda brasileira em relação ao dólar, permitindo que produtos estrangeiros ficassem baratos no Brasil. Esse fator contribuiu bastante para o controle inflacionário.

E esse tal de Câmbio sujo, o que é?

O Banco Central, a partir de 1999, passou a controlar esporadicamente o valor da moeda pela compra e venda de dólares, para dar perspectiva ao mercado. 

Existem diferentes formas de intervenção do Banco Central quando o assunto é o Câmbio no Brasil. Entre as principais estão:

1 - Swaps cambiais: Os Swaps são formatos de contratos para troca de riscos, ou seja, o Banco Central oferece uma venda de dólares, no caso, um contrato, que possui data de encerramento estabelecida, porém ao chegar neste período proposto, é pago apenas a taxa de juros sobre o valor acordado. 

Esses contratos, buscam proteger os negociadores que possuem dívidas em moeda estrangeira, sendo assim, quando o dólar sobe, eles recebem apenas a variação do Banco Central. 

2 - Venda direta: As vendas diretas, nada mais é, do que dinheiro entrando no mercado. 

O Banco Central, conhecido como BC, não costuma utilizar este formato pois busca evitar uma queda das reservas cambiais que são importantes para evitar uma possível desconfiança dos investidores ao país.

Este formato de venda direta, tende a gerar uma redução  da cotação do dólar frente ao real, seguindo o princípio da oferta e da procura: quanto mais dólares à disposição, mais baratos eles ficam.

3 - Leilões de linha: Esse formato também é realizado em cima da venda de moeda norte-americana no mercado à vista, com recursos das reservas internacionais brasileiras. 

Porém, os dólares precisam ser devolvidos ao Banco Central nos meses seguintes, enquanto não são devolvidos, eles ficam à disposição no mercado. Como existe uma retomada ao cofres públicos, o Banco Central não considera que existe um impacto negativo nessas transações.

Esses três formatos fazem parte do câmbio no brasil que estabelecem o flutuante sujo, exceto o fixo. Ou seja, Dependendo do país, o banco central pode intervir quando existe um momento de extrema variação da moeda local.

Sendo assim, o câmbio no brasil continua sendo o  flutuante e operando livremente, porém quando o valor de uma moeda sofre uma alteração brusca, o Banco Central faz uma interferência pontual, comprando ou vendendo reservas, e buscando estabilizar o valor da mesma. 

Quanto custa 65 dólares em reais?

Pergunta bastante frequente, na cotação de hoje, (09/12/2022), 65 dólares são R$340,66.

Qual o melhor câmbio para importar e exportar?

Muitas perguntas aparecem quando é abordado sobre os três regimes de câmbio no Brasil. Porém, para identificar o melhor, é necessário compreender outros aspectos. 

Para compreender o melhor regime de câmbio para a operação, é preciso compreender para quem é o interessado. Afinal, o regime estabelecido por um, não pode ser o melhor para outro. Ou seja, o câmbio no brasil sendo fixo ou flutuante, pode não ser, necessariamente, o melhor para o importador ou ainda para o exportador.

Nós sabemos que quando o real está bem em frente à outras moedas, a taxa de câmbio é melhor e essa definição varia de acordo com os aspectos que comentamos no início do texto. Afinal, o país possuindo uma moeda forte, faz com que os produtos estrangeiros se tornam mais baratos e acessíveis dentro do Brasil, sendo assim, importar, neste cenário é bem vantajoso. 

👉 Porém, em contraponto, se o contrário acontece e o dólar fica valorizado quando comparado ao Real, a taxa de câmbio sobe, tornando assim, os produtos brasileiros  mais baratos no exterior e favorecendo aos exportadores.

Veja na imagem abaixo os regimes de câmbio no Brasil. Para ilustrar:

 Câmbio no Brasil

Fonte: G1

E aí, gostou deste artigo sobre o que é o câmbio no Brasil e como funciona o câmbio no Brasil? Então se inscreva no nosso blog e fique por dentro de mais notícias sobre exportação, importação e drawback. 😉

O que é o câmbio?

Câmbio é quando a troca de uma moeda de um país, resulta em uma quantidade específica da moeda do segundo país. Ou seja, é a quantidade de reais necessária para se comprar US$ 1, por exemplo.

O que é comércio exterior?

O comércio exterior é a troca de bens e serviços através de fronteiras internacionais ou territórios. Na maioria dos países, ele representa uma grande porcentagem do PIB.

Sinara Bueno
Sinara Bueno

Despachante Aduaneira, formada em Comércio Exterior e empreendedora. Apaixonada por criar e inovar no Comex! Trabalhou na área de importação e exportação de indústrias, consultorias de comércio exterior e, nos últimos anos, tem se dedicado aos sistemas para comex. É co-founder da Fazcomex

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