Entenda o que é o calado do navio

Atualizado em: por Sinara Bueno.

Sabemos que o transporte marítimo é o principal modal utilizado no comércio exterior. Dessa forma, o aumento do comércio mundial acaba por demandar navios cada vez maiores no intuito de incrementar sua capacidade. E quanto maior a capacidade de um navio, maior o seu calado.

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Vamos saber o que é calado e sua importância no comex? 😉

Confira agora os seguintes tópicos no artigo sobre o calado de navio:

  • O que é calado do navio?
  • Como calcular o calado de uma embarcação?
  • Tipos de calado de navio
  • Os navios estão cada vez maiores
  • A necessidade da dragagem dos portos 

Calado do Navio: o que é?

O que é o calado do navio?

Calado é a distância vertical entre a parte inferior da quilha e a linha de flutuação de uma embarcação. É a medida da parte submersa do navio. Tecnicamente, é a distância da lâmina d’água até a quilha do navio.

O conhecimento do calado do navio em cada condição de carga e de densidade da água (em função da salinidade e temperatura) é fundamental para determinar a sua navegabilidade sobre zonas pouco profundas, em especial nos portos e em canais. Toda embarcação pode flutuar entre um calado máximo quando ela está a plena carga e um calado mínimo quando ela está descarregada inteiramente.

Geralmente vemos ou lemos que o porto tal possui um calado de x metros, mas isso está errado! Conforme ilustração abaixo, somente navio tem calado. Portos possuem profundidade.

Confira também nosso texto: Localização de Navios de Carga, saiba com rastrear em tempo real navios cargueiros.

Como calcular o calado de uma embarcação?

O calado de uma embarcação mede-se verticalmente a partir de um ponto na superfície da parte inferior da quilha e a superfície da água. É importante notar que o calado terá variações, num mesmo navio, conforme a carga do navio ou a densidade da água.

Além deste texto sobre o que é calado de navio, confira também nosso artigo: Maior navio cargueiro do mundo

Tipos de calados de navios

Em função do ponto da embarcação e da forma de medição existem diversas formas de expressar o calado. Relacionamos abaixo as mais comuns.

  1. Calado a meia-nau: distância vertical entre a superfície da água e a parte mais baixa do navio medida na seção a meia-nau, isto é, a meio comprimento entre as perpendiculares dos pontos extremos da proa (parte dianteira) e popa (parte traseira). 
  2. Calado máximo: distância vertical entre a superfície da água e a parte mais baixa da quilha do navio medida quando este estiver na condição de deslocamento em plena carga (ou deslocamento máximo).
  3. Calado médio: média aritmética dos calados medidos nas partes dianteira e traseira do navio.
  4. Calado mínimo: distância vertical entre a superfície da água e a parte mais baixa da quilha do navio medida quando este estiver na condição de deslocamento mínimo.
  5. Calado moldado: distância vertical entre a superfície da água e a linha da base moldada do casco. É utilizado no cálculo dos deslocamentos e para a determinação das curvas hidrostáticas da embarcação.
  6. Calado normal: distância vertical entre a superfície da água e a parte mais baixa da quilha de uma embarcação, quando esta está com o seu deslocamento normal.

Os navios estão cada vez maiores

Conforme mencionado na introdução, os armadores marítimos estão construindo navios cada vez maiores. Segue abaixo evolução dos tamanhos dos navios porta-contêineres ao longo dos anos.

Ah sim, e já existem navios ainda maiores, com 16 metros de calado e capacidade para mais de 20.000 TEUs (contêiner de 20’).

Por falar em Navios, confira nosso texto sobre os Tipos de Navios.

Calado Vs Tamanho do Navio

O calado e o tamanho do navio são características fundamentais na navegação marítima, desempenhando papéis distintos, mas igualmente cruciais. O calado refere-se à profundidade do casco submerso na água, afetando a capacidade da embarcação de navegar em diferentes áreas e condições.

Navios com maior calado podem ter acesso limitado a portos mais rasos, enquanto aqueles com calado menor podem explorar áreas mais restritas. Por outro lado, o tamanho do navio influencia a capacidade de carga, a estabilidade e a resistência ao vento e às ondas.

Em conjunto, esses fatores são cuidadosamente considerados no planejamento e na operação marítima para garantir a eficiência e segurança da navegação.    

E os portos brasileiros?

Quanto maior a profundidade de um porto, maior é o tamanho das embarcações que podem atracar nele, ou seja, mais produtos podem ser carregados numa única viagem e menor tende a ser o custo logístico. Dessa forma, como ficam os portos brasileiros? Como atender a exigência crescente de ter que possuir cada vez uma profundidade maior para poder receber os maiores navios do mundo?

O aumento do tamanho dos navios é uma tendência global. Navios maiores exigem reestruturação na estrutura dos portos, principalmente na questão do calado e do acesso marítimo. Cada centímetro perdido na profundidade do canal significa deixar de receber esses grandes navios, que paulatinamente irão se tornar o padrão no mercado.

👉🏽 Confira também os Tipos de Portos.

As limitações de profundidade têm afetado portos como Santos (SP), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), Itapoá (SC) e Rio Grande (RS), entre outros. Os portos brasileiros ainda não estão capacitados para receber a visita dos gigante dos mares, conforme podemos ver na tabela abaixo.

Porto

Profundidade (metros)
Itaguaí (RJ)

20

Itapoá (SC)

14

Paranaguá (PR)

16

Rio de Janeiro (RJ)

14,5

Rio Grande (RS)

14

Salvador (BA)

15

Santos (SP)

15

Suape (PE)

14,5

👉🏼 Aproveite e confira nosso artigo: Portos Brasileiros: Quais os principais

A necessidade da dragagem dos portos

Naturalmente, como passar dos anos, a profundidade dos portos vai diminuindo em função do assoreamento que acontece pela própria utilização do canal de navegação. Assoreamento é o acúmulo de sedimentos pelo depósito de terra, areia, argila, detritos etc., na calha de um rio, na sua foz, em uma baía, etc.. 

A movimentação da correnteza, o encontro com a margem e a atuação de outros fatores climáticos fazem com que sedimentos sejam carregados e se acomodem aos poucos. O assoreamento pode afeta a navegabilidade de mares e rios e prejudica, especialmente, os canais de acessos a portos. Devido a este fenômeno, a dragagem de manutenção de sedimentos nos portos é fundamental para que os terminais portuários possam receber grandes embarcações.

A dragagem é o ato de remoção desses sedimentos com máquinas e procedimentos apropriados, seja para aprofundamento ou manutenção da profundidade ao longo do tempo.

Confira também nosso texto sobre Canal de Suez: Navio encalhado entenda o caso

O que é Logística Internacional?

Logística Internacional é uma ferramenta fundamental para a expansão do comércio exterior, e deve ser utilizada de forma estratégica para diferencial competitivo nas negociações internacionais.

globalização tem tornado as empresas cada vez mais competitivas e com conceitos modernos aos seus procedimentos, negócios e produtos. Esse processo está integralmente ligado ao processos de compra, armazenagem e a distribuição das mercadorias.

👉🏼 Já conferiu o nosso Guia dos Incoterms? Se não, veja como essas normas funcionam!

E aí, gostou deste artigo sobre o que é calado do navio e como funciona o calado do navio? Então se inscreva no nosso blog e fique por dentro de mais notícias sobre exportação, importação e drawback. 😉

O que é o calado do navio?

Calado do navio é a distância vertical entre a parte inferior da quilha e a linha de flutuação de uma embarcação. É a medida da parte submersa do navio. Tecnicamente, é a distância da lâmina d’água até a quilha do navio.

O que é comércio exterior?

O comércio exterior é a troca de bens e serviços através de fronteiras internacionais ou territórios. Na maioria dos países, ele representa uma grande porcentagem do PIB.

Sinara Bueno
Sinara Bueno

Despachante Aduaneira, formada em Comércio Exterior e empreendedora. Apaixonada por criar e inovar no Comex! Trabalhou na área de importação e exportação de indústrias, consultorias de comércio exterior e, nos últimos anos, tem se dedicado aos sistemas para comex. É co-founder da Fazcomex

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